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Pesquisa ICEC

Quarta queda consecutiva da confiança dos comerciantes acende alerta para desafios em 2024

Os varejistas reduziram em maior grau sua intenção de investir na própria empresa, apresentando uma queda de 1,4% em dezembro.

A confiança dos comerciantes brasileiros registrou sua quarta queda consecutiva em dezembro, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice atingiu 108,9 pontos, tendo uma redução mensal de 1,4%, descontados os efeitos sazonais, mas ainda se mantém na zona de satisfação. Essa sequência de retrações levanta preocupações em relação às perspectivas para o setor no próximo ano.

Na comparação com dezembro de 2022, a queda foi ainda mais expressiva, de 13,2%. “A trajetória descendente que observamos ao longo do ano pode ser atribuída a diversas incertezas, como as preocupações com possíveis aumentos da carga de impostos após a aprovação da reforma tributária e os sinais de um ambiente econômico desafiador em 2024”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Índice pode chegar à insatisfação em maio

Embora o Icec se mantenha acima da pontuação que indica satisfação, ela está no menor patamar desde julho de 2023. Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a persistência das quedas sugere que o limiar de 100 pontos, que representa a inflexão para a insatisfação, pode ser rompido em maio de 2024.

O principal fator da queda da confiança dos empresários foi o indicador que aponta a percepção sobre as condições atuais da economia, que diminuiu 3,1% em relação ao mês anterior. Essa tendência de queda das expectativas econômicas reflete-se em outros indicadores, como a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela CNC, nesta terça-feira (19 de dezembro), e nas revisões para baixo das projeções de crescimento econômico para 2023, conforme indicado nos relatórios do Boletim Focus.

Maioria diz que vendas pioraram

A pesquisa destaca que seis em cada dez empresários perceberam uma piora no desempenho das vendas em dezembro, o maior percentual desde junho de 2021. O resultado decepcionante da Black Friday de 2023 materializa o pessimismo refletido tanto no Icec quanto na ICF.

Houve queda de quase todos os subindicadores referentes às análises das condições atuais e futuras, mas em menor expressão do que em novembro, no comparativo com outubro – a exceção foi o indicador que trata da expectativa para a economia no futuro próximo, que caiu 0,7% (em novembro, a diminuição havia sido de 0,2%). Conforme Felipe Tavares, as festas de fim de ano não foram suficientes para reverter o cenário econômico desafiador observado anteriormente.

“A desaceleração do crescimento do comércio ampliado, conforme apresentado nos resultados da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE para agosto, setembro e outubro, contribui para essa perspectiva mais moderada da expectativa econômica no Icec”, explica o economista-chefe. Por outro lado, as perspectivas dos varejistas para a dinâmica da economia, do comércio e de suas próprias empresas nos próximos seis meses diminuíram 0,4%, representando a pior taxa desde agosto, quando houve um crescimento de 0,1%.

Considerando a percepção em relação ao setor, os varejistas reduziram em maior grau sua intenção de investir na própria empresa, apresentando uma queda de 1,4% em dezembro. A intenção de contratar funcionários diminuiu 2,3% no mês e 11% em relação a dezembro de 2022 e a de investir caiu 1,7% no mês e 12,9% no ano. “O alto nível dos juros para pessoas jurídicas e a inadimplência das empresas atingindo o maior nível desde junho de 2018, de 3,5%, contribuíram para esse recuo nos investimentos, representando dificuldades para que os estabelecimentos possam manter seu fluxo de capital”, avalia Felipe Tavares.

Confira a série histórica, análise completa e vídeo com comentários do economista-chefe da CNC 


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