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Carla Zambelli, suspeita de contratar hacker para invadir contas de Moraes, deve depor à PF nesta segunda

A Polícia Federal informou que o hacker teria recebido ao menos R$ 13 mil de assessores da deputada, que nega irregularidades

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), suspeita de contratar um hacker para invadir as contas e emitir informações falsas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do Conselho Nacional de Justiça, deve depor depor à Polícia Federal nesta segunda-feira (7), às 14h, em São Paulo. As informações são do portal g1.

A PF informou ao STF que Walter Delgatti Neto, conhecido por ter invadido telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava-Jato, em 2019, recebeu pelo menos R$ 13,5 mil de assessores da deputada. O suspeito estava respondendo em liberdade mediante algumas condições, como não usar internet — nem mesmo aplicativo de mensagens — e usar tornozeleira eletrônica.

No entanto, o hacker foi preso novamente na última quarta-feira (2), a mesma que cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento e no gabinete de Zambelli. Moraes também determinou, entre outras medidas, a apreensão do passaporte da deputada, além de armas da parlamentar e bens acima de R$ 10 mil sem origem legal comprovada por ela.

Zambelli nega que tenha cometida irregularidades e afirmou que os pagamentos são referentes a serviços que ela contratou para o próprio site. O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, contou ao blog da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, que, se os autos do inquérito não chegassem às mãos dele até o fim desta sexta-feira (4), iria orientar a deputada a permanecer em silêncio.

“Se a defesa não tiver vista do caso, chegaremos lá e avisarei que, por minha orientação, ainda que ela queira prestar as informações, ela não vai falar. Pedirei a remarcação da oitiva até a liberação dos dados”, diz Bialski.

Em nota, a defesa de Delgatti disse que “não teve acesso à decisão”.

Investigações da PF

A operação da última quarta-feira foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Com a ação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os documentos forjados incluíam um mandado de prisão falso contra Moraes. No ofício, havia inclusive a frase “faz o L” – um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz material da Polícia Federal.

Quem é o hacker preso

Walter Delgatti Neto é natural de Araraquara, no interior de São Paulo. Antes de ficar conhecido como “hacker da Vaza Jato”, ele tinha o apelido de “Vermelho” e morava com a avó. Segundo amigos, Delgatti chegou a cursar um ano de direito e levava uma vida de ostentação e crimes.

O criminoso ficou nacionalmente conhecido ao ser preso em 2019, quando a polícia investigava a invasão do celular de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato.

Além disso, ele já foi preso e condenado outras vezes por diferentes motivos, como tráfico de drogas, falsificação de documentos e estelionato.

Ele se filiou ao DEM em 2007, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao g1, a presidência do partido confirmou a filiação, mas disse que Delgatti Neto nunca participou de reunião e que ninguém na legenda o conhecia. Após a prisão, em 2019, ele foi expulso do partido.

Em nota, a defesa do hacker confirmou a prisão de Delgatti, dizendo que “não teve acesso à decisão” e que ele está detido na Polícia Federal em Araraquara.

Veja a nota da defesa de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli confirma a realização de mandados de busca e apreensão em seus endereços nesta quarta-feira. A medida foi recebida com surpresa, porque a Deputada peticionou, através de seu advogado constituído, o Dr. Daniel Bialski, colocando-se à disposição para prestar todas informações necessárias e em nenhum momento a parlamentar deixou de cooperar com as autoridades. Respeita-se a decisão judicial, contudo, refuta-se a suspeita que tenha participado de qualquer ato ilícito. Por fim, a Deputada Carla Zambelli aguardará, com tranquilidade, o desfecho das investigações e a demonstração de sua inocência“.


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