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“Planejamos investir R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos”, diz o presidente da Docol

Docol cresce com inovação e design para o setor de construção civil

Com negócios voltados ao setor de construção civil, que registra alta demanda por imóveis novos, a Docol, de Joinville, mantém elevado ritmo de investimentos. O presidente da companhia, Guilherme Bertani, informa que os planos são investir R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos.

O último projeto foi o Centro de Inovação Flow, em Joinville, inaugurado dia 8 deste mês, para centralizar num só local a pesquisa em tecnologias e design para todos os segmentos da empresa: metais sanitários, louças sanitárias, cubas e pias para cozinhas.

Com tradição de desenvolver suas próprias tecnologias, a Docol vai lançar no mercado, agora, em setembro, a primeira torneira feita na América Latina que atende a comando de voz, informa o empresário. Além da ênfase em pesquisa e inovação com o novo centro, a empresa segue investindo em modernização fabril para avançar em produtividade.

Ao mesmo tempo, está construindo a fábrica de louças sanitárias Poços de Caldas, Minas Gerais, um projeto de R$ 300 milhões. Segundo o empresário, diante da grande demanda por imóveis, também populares, a Docol planeja entrar mais no segmento de moradias mais acessíveis. Para essas, também fornece produtos com garantia da vida toda.

Com isso, a empresa segue gerando novos empregos. Atualmente, tem 2.200 colaboradores diretos. Com a fábrica em Poços de Caldas e a expansão em Joinville, chegará a 2.500, mas, no médio prazo empregará 3 mil.  E na área de ESG, a Docol conta com duas instituições diferenciadas. O Instituto Ingo Dowbrava foca o meio ambiente e o You.UP.  a melhoria de condições para educação infantil. Saiba mais na entrevista de Guilherme Bertani, a seguir:

A Docol inaugurou o Centro de Inovação Flow para centralizar as atividades dessa área. Como a empresa trabalhou até agora a inovação e o que vem pela frente?

– A Docol sempre inovou, desde os primórdios. Na década de 1970 empresa inovou com uma válvula de descarga que tinha uma tecnologia muito superior ao que existia no mercado. Depois, na década de 1980, começamos a vender a torneiras que tinham um apelo de design que o mercado não tinha.

Na década de 1990, lançamos a linha DocolMatic quando ninguém falava de uso racional da água, fomos pioneiros nisso. Depois começamos a lançar produtos com tecnologia com mais eletrônica, torneiras com sensores e tudo sempre com desenvolvimento de tecnologia nacional.

No nosso mercado, boa parte dos concorrentes vai para a China comprar tecnologia. Nós, ao contrário, sempre acreditamos no desenvolvimento de tecnologia própria. Isso foi evoluindo, e hoje vemos que a gente tem que integrar outras tecnologias para continuar desenvolvendo soluções para o banheiro e para a cozinha.

Hoje temos a parte hidráulica, temos o uso de outros materiais e o uso da eletrônica. Então achamos que era importante termos um Centro de Inovação onde a gente pudesse ter todas essas tecnologias, integrar todas essas ferramentas. Por isso que esse prédio aqui, o Flow, tem vários laboratórios de experimentação, para que a gente possa ver até que ponto a gente pode usar e avançar nesses temas.

E, além disso, até sete anos atrás, a Docol só fabricava e vendia torneiras e chuveiros. E agora a gente vende louça sanitária e pia de cozinha, então também o escopo de desenvolvimento tecnológico aumentou. E só entramos em categorias que a gente vê que a gente pode inovar. Por isso temos sucesso em louça sanitária e em pias de cozinha também, setores em que a gente consegue agregar a inovação.

Quanto vocês investiram nesta unidade e quantas pessoas vão trabalhar aqui no Flow?

– Este prédio já existia. Então só fizemos a reestruturação arquitetônica dele, para acomodar as necessidades que a gente tinha. Investimos por volta de R$ 3 milhões e vão trabalhar aqui aproximadamente 30 engenheiros de diversos campos, como engenharia de materiais, hidromecânica e eletrônica. Temos designers também. Esses são os principais focos de trabalho aqui.

Qual é a inovação mais recente de vocês, que chama bastante a atenção e que é bastante disruptiva?

– O que a gente anunciou agora há pouco é um produto que vamos começar a vender mês que vem e que se chama DocolVox. É a primeira torneira no mercado da América Latina por comando de voz. A ideia é para cozinha, então com ela você vai poder falar: “Enche a panela.” E a torneira vai ligar e despejar a quantidade de água certa para encher a panela.

Aí você vai falar: “Eu quero fazer um macarrão”. Ela já vai saber quantos litros tem que colocar na panela para cozinhar o macarrão. Diz: “Enche o copo de água”. Ela vai liberar a quantidade de água certa para encher o seu copo.

São coisas que aumentam a comodidade e a praticidade da cozinha. A gente fez um trabalho bastante sensível de tecnologia de IoT, de Internet das Coisas, para poder ter essa funcionalidade no misturador de cozinha.

Quais mercados têm produtos com essa tecnologia?

– Que a gente saiba, somos o único fabricante de metais da América Latina que está oferecendo esse produto. Na Europa e nos Estados Unidos existem outros fabricantes oferecendo alguma coisa parecida.

Vocês têm uma equipe de desenvolvedores para fazer isso?

– Tivemos que desenvolver essas habilidades também. Aí fizemos parceria com o Google, com a Amazon, mas a gente teve que ter conhecimento in house (na casa) também para poder fazer.

Vocês lançaram também uma torneira com ozônio, que seria mais saudável. Como é que funciona essa torneira?

– Esse produto nasceu de uma maneira bastante interessante, porque dentro desse nosso enfoque, de sempre buscar inovações, desafiamos a nossa equipe interna a trazer para cozinha outras funcionalidades que não existissem nos produtos. Daí a nossa equipe de engenheiros começou a pesquisar que tipo de atributo uma torneira de cozinha poderia ter.

E a gente viu que as pessoas lavam os vegetais e as frutas colocando uma gotinha de hipoclorito ou vinagre na água. E nos perguntamos se não existia uma maneira mais eficiente de se limpar esses alimentos? Através de pesquisas, a gente chegou à conclusão que o ozônio seria uma espécie de detergente natural e, além de matar bactérias e até mesmo vírus, ele remove uma parcela dos agrotóxicos que estão na casca dos alimentos, que é um outro atributo importante para a saúde.

Mas o desafio foi como fazer para ter a mistura certa de ozônio na água. Então tivemos que desenvolver uma tecnologia para fazer essa mistura ocorrer dentro de uma torneira de cozinha. E foi assim que nasceu o produto, de uma provocação, pensando que outras coisas que a água na cozinha podia fazer.

Esse produto trouxe uma surpresa para a gente, porque depois que já estava no mercado, recebemos o contato de pesquisadores que estavam usando essa torneira no hospital para usar a água dela na limpeza de curativos de cirurgia.

E eles viram que, fazendo essa prática, eles reduziram o tempo de internação das pessoas, que se curavam mais rápido, Fizeram até uma tese de doutorado para provar que isso estava acontecendo. Então, foi até bem gratificante porque é um uso que a gente nunca imaginou. Um uso nobre, que apareceu em função desse produto que a gente desenvolveu.

E nessa torneira por comando de voz, dá para incluir ozônio também?

Dá. Geralmente lançamos o modelo que a gente acha que é o mais adequado e depois a vamos agregando outras funcionalidades. Por exemplo, a DocolVitalis é um purificador de água, a gente não chama de filtro porque, na verdade, no índice do Inmetro, essa linha tem um purificador que é um dos mais eficientes do mercado.

Lançamos a linha Vitalis como purificador de água. E agora estamos lançando ela com ozônio. Nosso plano é sempre agregar novas funcionalidades. A Vox nasce primeiro com a funcionalidade do comando de voz, mas a ideia é sempre colocar essas outras características ali porque a gente sabe que o consumidor quer.

Na década de 1990, vocês começaram com as torneiras economizadoras de água. Como é que está o mercado para este tipo de produto? Qual é a economia com essas torneiras?

– Ela chega a economizar mais de 50% de água no uso normal. Mesmo no banho, a Docol desenvolveu um chuveiro com uma válvula que não precisa ser girada para abrir e fechar. Você regula a temperatura, aperta a válvula e ela libera a água por 40 segundos.

Ninguém toma banho de 40 segundos, mas é o tempo de você se enxaguar, passar o sabão, apertas de novo a água para tirar o sabão, e assim vai indo. Você usa a metade do consumo de água.

Se você pensar que o chuveiro libera 15 litros de água por minuto, se o seu banho durar 10 minutos, são 150 litros e, se você gastar a metade, já é uma baita economia de água. Está estatisticamente comprovado que as torneiras DocolMatic e os outros produtos da linha DocolMatic trazem uma economia grande de água.

Por isso que ele é muito indicado, principalmente para ambientes comerciais e de grande fluxo de pessoas, também para escolas e hospitais porque, depois de usar a torneira, você não toca mais nela, sua mão continua limpa.

Vocês têm três grupos de produtos, mas voltando a falar sobre os metais sanitários e torneiras. Quanto esse negócio representa para a empresa?

– Nós crescemos bastante nos últimos cinco anos, mais de 50%. E continuamos a crescer, a gente acredita que vai ter um crescimento este ano, mas não muito, em função do segmento de metais sanitários, que já tem uma boa posição no mercado. O primeiro semestre foi mais difícil, mas a gente continua crescendo na parte de louça sanitária e de pia de cozinha.

O negócio de louça sanitária é ainda bastante recente, e estamos começando a operar uma fábrica em Minas Gerais agora em agosto. Somos um dos cinco maiores vendedores de louça sanitária no Brasil, mas a gente compra tudo de terceiros. E agora vamos começar a produzir.

É um produto que acreditamos que possa representar mais de 20% do nosso negócio quando estiver mais maduro, porque a gente tá no ramp up (alavancagem) da fábrica. Quando ela chegar no potencial dela de fabricação, pode representar 20%. Mas acreditamos que as louças sanitárias e as pias de cozinha possam representar de 30% a 40% do nosso negócio no futuro próximo. Hoje, o segmento de torneiras e chuveiros representa cerca de 80% do total.

Vocês atuam só no mercado Premium?

– A Docol tem uma linha bastante ampla. A gente vende para projetos Minha Casa, Minha Vida e para a linha Premium também. O que mais acaba aparecendo no nosso negócio é linha Premium, porque tem um apelo de design.

Mas a gente tem investido bastante na linha Popular também, e uma parte importante do nosso capex (investimento em bens de capital) de lançamento de produtos é para trazer novidades para linha Popular, que tem um potencial grande de consumo. Há 20 anos, se falava que existia uma demanda reprimida de 6 milhões de habitações no Brasil. A última vez que eu vi uma estatística falava em 8 milhões de residências que não estavam sendo atendidas pelo mercado.

E isso depois de praticamente 20 anos de Minha Casa, Minha Vida e Casa Verde Amarela e todo o boom do setor da construção civil. Ainda existe uma demanda não atendida de residências, principalmente na faixa social. Então, por isso estamos desenvolvendo e vamos colocar no mercado uma série de produtos para esse segmento também.

A qualidade e durabilidade desses produtos é semelhante à da linha Premium?

– A Docol tem quatro pilares competitivos. Um é o comprometimento que a empresa sempre teve com os stakeholders, ou seja, com a comunidade, com os clientes, com os colaboradores e com os fornecedores. Os demais são inovação, sustentabilidade e qualidade, que é algo do qual a gente não abre mão.

Nós queremos vender o produto adequado, mas no Brasil a normatização ainda é fraca e, nos projetos sociais, a fiscalização podia ser um pouco mais rigorosa, porque às vezes são colocados produtos não certificados nas construções. E isso acaba lesando o consumidor, justamente aquele que é mais vulnerável. Precisa haver uma fiscalização mais rigorosa nesse sentido.

No nosso caso, a fábrica é uma só, e todos os produtos passam pelos mesmos processos, então a qualidade é a mesma. Fornecemos garantia toda vida para todos nossos produtos.

Como é essa garantia toda vida?

– A gente faz questão. Temos até casos bastante pitorescos, de produtos que a gente deixou de vender há 10 anos. Um consumidor falou: “Poxa, mas quebrou, eu sei que a culpa não é de vocês, mas que quebrei a papeleira, eu só queria aquela papeleira e não tem mais no mercado”. Nesse caso, a gente fez especialmente para aquela pessoa a papeleira, para ele não ter que trocar todos os metais do banheiro.

É uma política séria. E ficamos muito felizes quando acontece esse tipo de situação porque a pessoa quer e gosta dos nossos produtos. Por isso temos uma grande preocupação com o design. Quanto melhor for o design, menos a pessoa vai querer trocar a torneira da sua casa.

Quanto a Docol faturou em 2023 e quais são as projeções para este ano?

– Nós faturamos perto de R$ 1 bilhão no ano passado, e a gente acredita que dá para crescer de 5% a 10% este ano. O segmento de metais sanitários teve um primeiro semestre bem difícil, mas os outros setores estão compensando.

E foi difícil no mercado interno, mas nas exportações a gente conseguiu também um equilíbrio que permite fechar o ano apresentando o crescimento. Mas o mais importante é que a gente conseguiu melhorar muito a produtividade do nosso negócio.

Realizamos vários programas de otimização do uso dos ativos e da gestão dos estoques. A rentabilidade, a nossa lucratividade foi recorde o ano passado, e este ano conseguiremos entregar um número melhor mesmo com as vendas não estando tão fortes como foram.

Como foi a margem Ebitda?

– Nossa margem Ebitda foi de 20%, e o nosso lucro teve um crescimento forte, diferente do que se vê em outras empresas do mercado, que estão sendo afetadas na rentabilidade.

Acreditamos que vamos manter esse crescimento, principalmente por causa desses programas de melhoria de produtividade, de alocação dos ativos, ajuda no mercado externo e essa entrada em outras categorias. Tudo isso vai ajudar a manter o desempenho da empresa.

Mas conta um pouco sobre o mercado externo. Em algumas viagens que fiz ao exterior encontrei vários produtos de vocês em aeroportos, por exemplo. Quantos países consomem produtos da marca Docol?

– Vendemos para mais de 35 países. Temos distribuidores não só aqui na América do Sul, mas exportamos do Chile até o Canadá. Exportamos para vários países na África e para alguns na Europa, no Oriente Médio e na Ásia.

Isso também mostra o quanto somos competitivos tanto em termos de qualidade, como em termos de custo, porque a gente consegue vender para mercados mais exigentes em termos de qualidade, e também para mercados bastante competitivos cuja população tem uma renda mais baixa.

Em alguns desses mercados, somos líderes no segmento das torneiras de fechamento automático. Em vários países da América Latina, e até na Ásia, somos os maiores vendedores do mercado.

Quanto por cento da receita vem das exportações?

– Mais ou menos 15% dos nossos negócios são vendas do mercado externo e estamos investindo bastante em exportação. A nossa expectativa é muito boa, e devemos crescer entre 10% a 15% em volume de negócios para o exterior.

De quanto é o investimento na fábrica de Minas Gerais?

– Ela está sendo feita em etapas, mas no total o investimento é de quase R$ 300 milhões. A gente tem um capex (investimento) para os próximos cinco anos de R$ 1 bilhão. No ano passado, investimos cerca de R$ 85 milhões.

E nos próximos anos, se tudo der certo, é lógico, a economia seguir num bom rumo, temos um capex de perto de R$ 1 bilhão. O negócio não vai ser linear, dependendo das expansões que forem feitas, mas para 2024 a previsão de investimento é de R$ 300 milhões.

Olhando o cenário econômico, o Brasil está com inflação sob controle e Banco Central independente. Qual é a sua visão sobre o futuro próximo da economia do país?

– Acho que, na parte econômica, o Brasil tem acertado nos últimos anos e, agora, com o novo governo, houve um momento de incerteza, mas o cenário está se estabilizando. A gente vê que, realmente, a inflação está chegando numa estabilidade bastante saudável, e isso está permitindo a taxa de juros também ficar mais razoável, porque ela estava penalizando muito a economia.

O juro real não pode estar tão descolado da realidade porque impede os investimentos da iniciativa privada. É muito difícil você viabilizar uma expansão com uma taxa de juro real de 10%, que nem a gente estava tendo até agora há pouco.

Essa adequação da taxa de juros vai permitir que o setor econômico ganhe mais dinamismo. Existe, como eu comentei, uma demanda por residências não atendida no Brasil ainda e tudo isso vai gerar um fluxo positivo. Lógico que os governos têm que fazer a lição de casa. O arcabouço fiscal é uma promessa.

A gente tem toda essa questão da reforma tributária, com vários pontos em aberto. Mas é fundamental que a gente execute isso, mas eu acho que agora é hora de sentar e realmente desenhar uma reforma tributária que permita ao Brasil realmente sair do voo de galinha da economia que a gente sempre deu para alguma coisa de longo prazo, mais sustentável. Só assim a gente vai conseguir chegar num ciclo mais virtuoso de crescimento também.

Vocês estão abrindo uma fábrica em outro estado, mas continuam investindo também em Santa Catarina?

– A gente continua acreditando em Santa Catarina. Temos os desafios aí de infraestrutura, e a gente vê que o governo Jorginho sabe disso e está buscando alternativas para viabilizar mais investimentos de infraestrutura no estado. A parte logística sempre foi o ponto forte do Estado, mas isso exige investimentos estaduais e federais, e eu vejo que existe uma mobilização para isso.

Nós acreditamos em Santa Catarina, a gente gosta e faz questão de produzir aqui. Por isso a Docol está fazendo esses investimentos para agregar também no desenvolvimento social.

A gente tem o Instituto Ingo Doubrawa, criado no ano passado em homenagem ao seu Ingo (filho de Edmundo Doubrawa, fundador da Docol, em 1956, ao lado do irmão Egon e de Amandus Colin), que foi nosso presidente até 2016.

Ele sempre teve uma preocupação importante para a questão da sustentabilidade. E o foco do instituto é apoiar projetos que busquem a preservação do meio ambiente em Santa Catarina. O segundo viés é a parte de inclusão, apoiando projetos sociais. A empresa sempre teve essa preocupação, e agora a gente resolveu formalizar isso com a criação do instituto.

Tem algum projeto que você gostaria de destacar?

Tem vários com comunidades de apoio, mas um que eu acho muito interessante, que a gente começou a apoiar, mas que não chegou ainda no patamar que a gente gostaria, é com relação às toninhas aqui da Baía da Babitonga. É a espécie de golfinho mais comum no litoral brasileiro, mas aparecem pouco porque são mais ariscos, não gostam de aproximação.

E os pesquisadores da Udesc estão trabalhando para que essa comunidade de toninhas da Baía da Babitonga, parece que é uma família com 40 animais, cresça aqui na região. A Petrobras ajuda muito eles também. Muitas toninhas morrem porque ficam presas nas redes dos pescadores.

Eles estão instalando dispositivos que alertam para a presença dessas redes e avisem as toninhas de que ali é um lugar perigoso para elas. E a Baía da Babitonga é uma região de mangue, que é importante para o ecossistema. Então, a a gente tem buscado apoiar ações nesse sentido, porque tem a ver com a água também.

E na área social, o que vocês têm feito?

– Os sócios da Docol entenderam que é importante dar uma contrapartida para a sociedade e criaram o Instituto You.up, que é um projeto bem gratificante, feito com o lucro da Docol, para apoiar crianças com dificuldade de aprendizagem.

Existe na sociedade uma população quase que invisível com dificuldades de aprendizagem, e não só pessoas com síndrome de down e portadoras da síndrome do autismo, mas também com TDAH, dislexia, dispraxia, transtornos de coordenação motora. O Estado e a Prefeitura até querem ajudar, mas falta muitas vezes um laudo, alguma outra orientação. E o instituto nasceu para isso.

No ano passado, ajudou mais de 600 crianças só em Joinville. Tem caso que chegou até mim, de uma criança que teria déficit intelectual. Daí pagamos um especialista que viu que não era nada disso, que o problema era a necessidade de um óculos para poder ler.

Gastamos com a consulta no oftalmologista e a compra do óculos algo em torno de R$ 1 mil. E a criança que tirava notas 3 e 4, passou a tirar 7 e 8. Também tem criança que muitas vezes é estigmatizada porque não aprende, mas que precisa apenas de algumas sessões de terapia ou fisioterapia, ou mesmo só de orientação na escola.

Por exemplo, para crianças com dificuldade de aprendizado, a prova tem que ser diferente. Mas, na maioria das vezes, o professor não sabe adaptar uma prova. E quase sempre é uma questão de passar a prova com uma letra maior.

São coisas pequenas, daí a gente fez um programa com a prefeitura para capacitar esse professor. Só em Joinville atendemos 600 estudantes no ano passado. Deve ter, no mínimo outras 2 mil crianças nessa condição. Mas o instituto está se profissionalizando bastante, tem uma rede de apoio muito bacana.


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